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Os 7 princípios do tango que ajudam a melhorar qualquer relacionamento

São precisos dois para dançar o tango, como se costuma dizer. Esta é chamada a dança da paixão, porque nela os dois intervenientes estão envolvidos numa fusão que requer entrega ao momento e que se desenrola em passos que insinuam uma forte intimidade. Enquanto dança, o Tango requer a aprendizagem de alguns princípios - e eles podem ser usados para melhorar qualquer relacionamento - porque o tango só se dança veradeiramente quando as duas pessoas conseguem encontrar uma total conexão uma com a outra, renovada a cada passo que é dado.

O tango é uma dança apaixonada, envolvente, que une duas pessoas numa química que parece perfeita enquanto atravessam a sala. Aprender a dançar o tango ajuda a ter maior consciência de si próprio e a melhorar a sua capacidade de se relacionar intimamente com outra pessoa. E, quando os principais passos do tango são aplicados na forma como vive o seu relacionamento amoroso, eles ajudam a conhecer melhor os seus limites e a aperfeiçoar a confiança, questões relacionadas com o poder e o domínio, aproximação e afastamento - que fazem parte da dinâmica de qualquer casal.

Os 7 passos do tango que contribuem para aumentar a intimidade de um casal (que vai além da vida sexual):

1 - O eixo individual

Estar equilibrado é essencial para ser capaz de se mover em cada direção, tanto a nível físico como emocional. O seu eixo é o seu centro de poder. Se estiver sempre dependente do seu parceiro para ter equilíbrio estará limitado na sua expressão criativa. Ainda assim, pode levar anos até aprender a ter o seu próprio equilíbrio, sentindo-se livre e dono de si, mesmo enquanto está nos braços de outra pessoa.

No tango, como numa nova relação amorosa, é preciso algum tempo até encontrar o seu equilíbrio com um novo par, e no período inicial é geralmente a pessoa com uma personalidade mais dominante aquela que marca o passo. À medida que o tempo progride e a confiança se aprofunda, é fundamental que ambos encontrem e mantenham o seu eixo pessoal - ele encontra-se ao ganhar maior consciência da sua própria estabilidade pessoal, o que permite a ambos ter uma ligação um com o outro mas, também, uma ligação ao seu próprio corpo.

 

2 - A conexão

A conexão é a chave no tango, em que dois corpos se movem como um só. O mistério do tango reside neste laço implícito, que assenta numa relação física e mental. O corpo, assim como o coração, é ao mesmo tempo expressivo e receptivo. Assim que a mente se silencia, o nosso corpo ajusta-se inconscientemente ao parceiro. Não existe aqui uma guerra pelo poder, apenas força e redenção. O mesmo acontece numa relação amorosa, em que a relação que criamos com o nosso parceiro nos ajuda a estar em harmonia com as suas necessidades emocionais e a compreender os seus humores. Não estamos a "fazer", mas antes a "ser" - e, nesse estado, a sabedoria inata do nosso corpo mantém-nos ligados ao nosso parceiro. A relação com o outro funciona como o maior alívio para o stress e a ansiedade, fazendo-nos sentir felizes e em paz.

 

 

 

3 - O abraço

O tango une a energia masculina (mesmo que seja dançado por duas mulheres, como na famosa cena do filme Frida) e a energia feminina nas suas definições arquetípicas. Cada pessoa brilha na sua força pessoal mas está interligada e interdependente da outra, num abraço que estreita a partilha. No abraço, cada um presta atenção ao outro, para poder compreender as suas intenções e movimentos. Tanto o parceiro que guia como o que é guiado aprendem a conhecer-se bem - a magia do abraço cria essa conexão silenciosa que tudo reconhece.

Através desta dinâmica, compreenderá o seu par também na sua relação amorosa, percebendo a forma como procura o seu coração, a sua mente, o seu corpo. Compreenderá se é visto pelo outro como uma conquista, um igual, ou alguém que o segue. Compreenderá a sua confiança, o seu egoísmo e as suas fragilidades, percebendo aquilo que ele procura e o que receia.

 

4 - O que lidera e o que segue

No tango há sempre um que lidera a sequência dos passos e que atravessa a sala em colaboração com a liberdade do ritmo do outro. O papel masculino é o daquele que comanda, o feminino é o que segue, respondendo ao passo e embelezando-o com os seus movimentos. Os praticantes mais avançados sabem como seguir os movimentos da mulher, fluindo em união com ela, apesar de ser o homem a comandar. Como tal, compreende-se que aquele que segue (a mulher) é, de uma forma subtil, também aquele que comanda.

Aplicando este princípio às relações amorosas, é preciso compreender que a interdependência latente no tango implica que cada um de nós seja capaz de manter a sua estrutura (o seu eixo pessoal) sem perder o equilíbrio mas respondendo sempre ao impulso do outro. Muitas vezes, a mulher move-se para trás, outras vezes de olhos fechados. Para fazê-lo, é necessário que sinta o corpo do parceiro e seja capaz de intuir os seus movimentos, estando profundamente conectada à música e confiando na capacidade dele em guiá-la. Numa relação, tanto a mulher como o homem precisam de ter confiança no outro e na sua capacidade de ser guiado por ele, e de estar realmente focados na "música" da relação e naquilo que se passa em seu redor.

Aquele que lidera, no tango, tem como função proteger o corpo do que segue, procurando criar uma boa experiência para a mulher, que por sua vez a faz ecoar, amplificando os passos dados pelo homem. A mulher reflete não só os passos do homem como acrescenta a sua própria criatividade, unindo a sua musicalidade à do homem para dar à dança a alma que lhe conhecemos.

Tal como acontece no tango, também nas relações amorosas há uma partilha de poder. Quando maior for a harmonia e sincronicidade do casal, mais naturais são os seus passos e mais espontânea é a comunicação entre ambos. Se o homem, ou a pessoa que está numa posição de liderança, marca a sequência e o ritmo sem "ouvir" o outro, está a dominá-lo. É quando aquele que lidera sabe ajustar-se ao ritmo do outro que a relação realmente se desenrola com união e beleza.

 

 

5 - União e afastamento

Há uma dinâmica de união e afastamento nos passos do tango, que implica trocas de poder e que mexe com a estabilidade pessoal, fazendo com que a pessoa se perca e depois volte a encontrar-se, avançando entre o dar e o receber. A união implica a proximidade com o outro, a total sensibilidade ao outro. É na união que se define a essência do tango e que distingue esta dança, na intimidade, sensualidade e entrega de alma que a carateriza. Mesmo quando o casal se afasta, é como um abraço que se abre, pois continuam ambos a estar unidos.

Nas relações amorosas é fundamental manter esta dinâmica entre proximidade e afastamento, permitindo uma total intimidade com o par, que faz com que mesmo na distância essa união se mantenha.

 

6 - A improvisação

Muitas vezes, o movimento assenta numa escolha feita de forma intuitiva. A mente consciente e a mente inconsciente unem-se para recriar a dança a partir dos passos que estão estabelecidos. A liberdade de movimentos reside na nossa capacidade de mudar de rumo a qualquer momento. Pode surgir de forma natural, ou como uma competência que se desenvolve com a prática. Ao manter a sua estrutura forte e os seus joelhos flexíveis consegue manter sempre o centro, mesmo improvisando novas direções. Nas relações amorosas, esta autonomia é alcançada através do poder do perdão. O perdão desbloqueia a nossa liberdade pessoal, permitindo-nos mudar de direção a qualquer momento.

 

7 - A força fora do eixo

Quando um par se aperfeiçoa no tango, desenvolve a sua conexão e confiança para recriar os movimentos. Isso implica tanto uma forte consciência de si próprio como a confiança no parceiro. Nas trocas fora do eixo, o homem tira o equilíbrio da mulher ao suportar o peso do seu corpo, através do abraço. Estes movimentos partem sempre daquele que lidera; a mulher (ou o que segue) confia na força do outro para lhe dar liberdade para criar movimentos intensos e dramáticos. Ao manterem as suas próprias estruturas individuais e através da comunicação não-verbal conseguem, juntos, criar arte, para além de qualquer fronteira anteriormente definida. Juntos, alcançam um resultado que vai além do que cada um alcançaria sozinho.

Também os relacionamentos amorosos requerem prática, paciência e perseverança, assim como uma forte base de confiança. Num relacionamento tóxico, esta dinâmica torna-se uma armadilha. Mas num compromisso saudável damos sem medo de nos perdermos de nós, e a intimidade emocional surge de forma natural, sem esforço - tal como um tango bem dançado.

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