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Hoje em dia a Internet é uma grande fonte de entretenimento e conhecimento, indispensável na vida das pessoas. As crianças não escapam a esta “febre” e desde tenra idade tomam contacto com todo o tipo de dispositivos (computadores, tablets, telemóveis) a partir dos quais é possível aceder a um imenso mundo virtual.
A falta de tempo por parte dos pais devido aos compromissos laborais, faz com que crianças e jovens passem largas horas a navegar na internet, sozinhos, sem qualquer orientação ou supervisão por parte de um adulto, o que os deixa expostos aos mais variados perigos. Mesmo na segurança do lar, o perigo existe e é bem real. O aceso à internet sem qualquer controlo deixa as crianças e os jovens vulneráveis a crimes como pedofilia, exposição a sites pornográficos ou outro tipo de conteúdo. É em casa que tudo começa, são os pais que devem alertar os filhos para os perigos da internet e controlar a informação que os mais pequenos consultam.
Em casa, crie um ambiente de confiança e de proximidade entre si e os seus filhos para que eles tenham sempre à vontade para falar consigo acerca de qualquer assunto. Interesse-se pelos gostos deles, o tipo de música que ouvem, os filmes que lhes interessam, youtubers que seguem, etc. Estar atenta aos assuntos dos mais novos é muito importante para que eles se sintam seguros e amparados em qualquer situação que possa surgir, para que eles percebam que a mãe ou o pai se importam e que nunca estão sozinhos.
No que respeita à utilização da internet, informe o seu filho sobre os riscos e fale com ele sobre casos concretos que tem vindo a publico na comunicação social, de jovens que foram enganadas por adultos que se fizeram passar por jovens. Pode fazer um pacto com eles, sobretudo no caso de ainda serem crianças, no qual em determinados dias vai verificar o que eles fazem na internet, de forma a prevenir e detetar, atempadamente, situações de risco. É importante criar um ambiente de confiança reciproco.
No caso das crianças, é igualmente importante que os pais personalizem o computador antes da criança o utilizar, bloqueando determinados sites, restringindo o acesso a conteúdos maliciosos e que não sejam adequados à idade, etc. Hoje em dia, os antivírus que se instalam nos dispositivos e até o próprio Windows já trazem a opção “Controlo parental”. Ao ativar esta opção pode controlar os sites a que o seu filho acede e, até mesmo, bloquear alguns. Pode também limitar o tempo que o seu filho utiliza o computador e também restringir jogos e aplicações.
· Converse com os seus filhos sobre a Internet, procurando perceber de que forma ele a utiliza e sensibilizando para os riscos;
· Passe algum tempo com eles na Internet para tentar saber que tipo de consultas fazem;
· Coloque o computador numa área comum da casa, a fim de melhor supervisionar o que os seus filhos estão a consultar. Se os seus filhos costumam estar no quarto sozinhos, de vez em quando, sem ser demasiado óbvia, entre no quarto para tentar saber em que tipo de sites navegam;
· Esteja atenta ao comportamento dos mais novos, procurando sinais de eventuais perturbações.
O fruto proibido é o mais apetecido
Alguns pais mais radicais proíbem a utilização da Internet por parte dos filhos até que eles tenham uma determinada idade. Contudo, isso não resolve, uma vez que eles têm internet em vários locais, até mesmo na escola. A proibição vai aguçar ainda mais o interesse da utilização, e as crianças e jovens querem fazer o que os seus amigos fazem. Assim, é importante que os pais estejam a par da “vida online” dos filhos para mais facilmente lhes darem conselhos sobre a sua utilização.
De pais para filhos
Ensine ao seu filho que…
- Não deve colocar informações pessoais (número de telefone, endereço de casa e da escola) nas redes sociais ou qualquer ouro tipo de identificação;
- Não deve colocar informação de lugares onde vai estar, como por exemplo: “Amanhã handebol, espero por ti à porta do ginásio às 16 horas!”;
- Nunca deve falar com estranhos, nem mesmo na internet. A suposta proteção que acha que possui por estar atrás de um computador em casa não é real. Explique aos seus filhos que as pessoas podem fazer-se passar por pessoas que não são, que um adulto pode fingir que é criança ou jovem, só para tirar informação;
- Não deve ligar a câmara para falar com estranhos;
- Não deve publicar fotos em determinadas poses, em bikini ou fato de banho, uma vez que existem pessoas que podem usar essas fotos para as divulgar em sites de pedofilia e prostituição infantil;
- Não deve usar o telemóvel ou qualquer outro dispositivo durante o tempo de aulas.
Incentive os seus filhos a navegar em sites seguros e divertidos de acordo com a idade. Existem sites muito interessantes e divertidos para as crianças, para além das redes sociais.
Cuidado com o Cyberbullying
Cyberbullying é o ato de alguém utilizar a Internet ou outros meios eletrónicos para insultar, difamar e humilhar outras pessoas que consideram ‘mais fracas’.
A maioria dos casos de bullying dão-se na escola e geralmente, continuam em casa, no local onde supostamente a vítima deveria estar segura. Estudos recentes comprovam que quando um jovem maltrata outro no espaço escolar, vai usar a Internet e as Redes Sociais para continuar as agressões já em casa. É fundamental que os pais estejam atentos ao comportamento dos filhos, o estado afetivo, que tipo de coisas partilham e publicam nas redes sociais (por exemplo desabafos, eventuais insultos por parte de terceiros, partilha de fotografias nas quais está triste, etc.), e procurem saber o que se passa, falando abertamente. Qualquer sinal de alerta deve ser devidamente investigado, para que se previnam situações menos desejáveis.
Para além dos pais, também os professores devem explicar às crianças e jovens que o bullying/cyberbullying são comportamentos graves e perigosos, não devendo ser considerados como normais. É importante que as crianças e os adolescentes percebam que qualquer situação de bullying/cyberbullying deve ser denunciada aos pais e professores. Os pais nunca devem desvalorizar as queixas dos filhos, mas sim procurar de imediato averiguar a sua veracidade. Hoje em dias há linhas de apoio para denunciar e pedir conselhos para casos de Bullying/ cyberbullying – APAV, linha de apoio à vítima 111 006; http://www.apavparajovens.pt, linha para pedir ajuda ou informação 707 200 077.
Sinais de que o seu filho pode estar a ser vítima de cyberbullying
· Isolamento;
· Recusar estar com amigos e colegas;
· Não querer sair de casa;
· Não atender o telefone;
· Diminuição nos resultados escolares e desinteresse pela escola;
· Nervosismo antes de ir para a escola;
· Outros sinais que considere importantes.
A CULT (Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo) disponibiliza online um documento pdf sobre Boas práticas na utilização da Internet para crianças e jovens. Nesse documento propõe os 10 mandamentos da Internet que alerta os jovens internautas para os perigos do mundo virtual:
1. Sê prudente, não sabes o que está por trás do écran do computador;
2. Não digas o teu nome, nem a tua idade;
3. Nunca divulgues a(s) tua(s) password(s);
4. Quando estiveres num chat, desconfia sempre de quem está do outro lado;
5. Não dês o teu endereço, número de telefone, ou outro tipo de dados pessoais;
6. Nunca envies qualquer foto tua;
7. Nunca aceites propostas de encontro sem informar os teus pais;
8. Não acredites em todas as informações que recebes;
9. Não respondas a e-mails que te ofendam;
10.Se alguma foto te perturba, sai do site e avisa os teus pais.
A exposição excessiva das crianças a telemóveis, internet, tablets e televisão está relacionada com o déficit de atenção, atrasos cognitivos, dificuldades de aprendizagem, impulsividade e irritabilidade. Mas também está relacionada com problemas físicos como a obesidade, uma vez que a criança passa a maior parte do tempo sentada, confinada a um espaço e sem qualquer atividade física. Segundo estudos, há crianças que já evidenciam problemas motores porque fazem poucas atividades como correr, saltar, andar de bicicleta, etc. Outra consequência é a privação de sono, sobretudo quando as crianças usam as tecnologias dentro do quarto, e o risco de dependência da internet.
Apesar de ser do conhecimento geral e de já terem vindo a público inúmeros estudos sobre as consequências do uso excessivo das tecnologias e da internet, muitos pais ainda ignoram o assunto sob a desculpa de que hoje em dia é importante saber trabalhar com as novas tecnologias, deixando os mais novos usar livremente os equipamentos. Muitas vezes é a única forma que têm de os manter sossegados para evitar aborrecimentos.
É importante que os pais estabeleçam regras quanto ao uso dos dispositivos eletrónicos. Para isso, devem perguntar-se se eles mesmos não estarão a usar os smartphones ou tablets durante demasiado tempo. Não adianta impor regras e dar maus exemplos. Os pais devem investir mais em atividades familiares, fazer passeios ao ar livre, visitar museus, fazer jogos didáticos, enfim, estimular nas crianças interesses diversificados.
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