Astrologia
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Entramos na segunda metade de um ano que tem sido de profundas transformações. As mudanças podem ser subtis, quase imperceptíveis até, porque fazem parte de um processo maior e mais demorado, mas vão fazendo com que o nosso rumo, individual e coletivo, se altere de forma muito marcada. Julho é um mês para nos voltarmos para dentro de nós e curarmos tudo aquilo que precisa de ser sarado na nossa vida, para que as nossas fraquezas e fragilidades se tornem forças e capacidades. Saturno e Plutão estão retrógrados, assim como Júpiter e Neptuno. O Sol atravessa Caranguejo, lembrando-nos que é tempo de cuidarmos de nós próprios e de tudo aquilo que nos é mais querido: a família, o amor, o lar, e tudo o que alimenta o nosso coração.Desde o início do ano que Saturno, que está em Aquário, formou dois aspetos astrológicos muito importantes com Úrano, numa espécie de encontro de titãs, em que duas energias completamente antagónicas se encontraram no mesmo grau de Aquário. A primeira conjunção de Saturno e Úrano aconteceu em Fevereiro, a segunda em Junho, e a terceira terá lugar em Dezembro, marcando três pontos-chave do ano. Saturno representa a ordem, aquilo que está assente sobre bases sólidas, a tradição, e Úrano é o imprevisto, a originalidade e a ruptura. Para além das datas em que as três conjunções de Saturno e Úrano ocorrem, os seus efeitos estendem-se por todo o ano, desenvolvendo uma espécie de narrativa. Situações que surgiram na sua vida em Fevereiro, ou que ganharam especial importância nessa altura, podem ter tido um desenvolvimento peculiar em Junho, tendo talvez até seguido um rumo diferente daquele que esperava, e terão uma espécie de resolução ou desfecho em dezembro. Em julho estamos ainda sob o efeito desta conjunção, o que faz com que possamos ter de lidar com consequências das situações que ela fez acontecer ou que acelerou. Em Junho Neptuno e Júpiter ficaram retrógrados, intensificando uma energia de abrandamento que já existia devido ao facto de Saturno e Plutão também estarem retrógrados. À excepção de Úrano, todos os planetas de trânsito lento se encontram retrógrados, o que nos obriga a lidar com aquilo que evitámos ver, a enfrentar medos e traumas escondidos no nosso subconsciente, e a vermo-nos a nós próprios e às situações a uma nova luz, com maior profundidade e atenção a pormenores que podem ser fundamentais para a compreensão daquilo que nos faltava entender. Todos estes planetas afetam de forma direta o coletivo, fazendo com que haja mudanças de mentalidade e nas estruturas da sociedade, conduzindo a uma mudança da Humanidade, que se vai construindo lentamente, de forma muito gradual, quase imperceptível, mas que vai fazendo com que haja uma viragem muito profunda no rumo que estamos a seguir. Os primeiros dias do mês podem ser um pouco tensos, devido à quadratura entre Marte, Saturno e Úrano, que pode deixar-nos particularmente irritados e impacientes. Tenha especial atenção a esta tendência e saiba gerir as contrariedades de forma mais madura, aguardando por um período mais favorável para agir. Saber respeitar o seu tempo e o tempo e o espaço dos outros, sem querer pressionar as pessoas a agirem de acordo com aquilo que espera delas, será um ponto de partida essencial para não perder o controlo durante este período. Em Julho o Sol atravessa Caranguejo, o signo que é mais ligado às origens, à família, a tudo o que é umbilical e primitivo. Esta energia intensifica-se quando também a Lua Nova estiver neste signo, no dia 9, oferecendo-nos a oportunidade de entrarmos em contacto mais profundo com as nossas emoções, curando mágoas e feridas que carregamos connosco há demasiado tempo. Dois dias depois, no dia 11, Mercúrio também entra em Caranguejo, deixando-nos mais emotivos na forma como abordamos as situações, menos frios e racionais, mais intuitivos e criativos. Mercúrio em Caranguejo desperta a imaginação e dá asas ao sonho, ajudando-nos a confiar no que nos diz o coração e o instinto, mesmo quando a lógica e a razão parecem opor-se ao que sentimos ser mais correcto ou mais adequado para nós. A energia dominante de Caranguejo é ideal para o encontro com as nossas emoções, para compreender o que nos pede o coração e aquilo de que precisa. Esta é também uma boa altura para dedicar mais atenção à família, aos filhos, se os tiver, aos pais, se eles ainda estiverem consigo na Terra, e para recuperar os sonhos perdidos da sua criança interior, para lhe dar o amor que ainda lhe falta, para incentivá-la a voltar a acreditar nos sonhos que entretanto perdeu. É possível que a energia de Caranguejo o deixe mais inseguro e instável; por ser um signo profundamente sensível a tudo aquilo que se passa à sua volta, é conhecido pelas suas flutuações de humor, já que tudo o afeta, mais do que muitas vezes supõe que vá acontecer. Quando o Sol e Mercúrio se encontram neste signo, somos mais facilmente afetados por aquilo que nos rodeia. Estamos mais despertos para outras formas de ver a realidade, o que nos pode ajudar a compreender aspetos fundamentais para resolvermos assuntos pendentes, encontrando soluções que antes escapavam ao nosso entendimento. No dia 12 Mercúrio forma um aspeto favorável com Júpiter, o planeta das oportunidades, o que pode trazer uma boa dose de sorte e alguma facilidade em resolver uma situação que se mostrava difícil. O dia 13 será muito intenso no domínio amoroso, devido à conjunção entre Marte e Vénus, o princípio masculino e o princípio feminino, que se encontram em Leão. Este aspeto pode marcar um relacionamento, trazendo encontros ou reencontros que virão a ter um impacto profundo na sua vida presente e futura. Um amor que estava destinado pode agora ganhar novos contornos, havendo uma forte incidência energética nesta área.No dia 15 Quíron fica retrógrado. Este é o asteróide associado a vidas passadas, que nos dá pistas importantes sobre as feridas que trouxemos de outras vidas e sobre a nossa capacidade de as curarmos, também chamado "o curador interior". A retrogradação de Quíron ajuda-nos a curar mágoas que continuam ainda a afetar-nos, por mais subtis ou profundas que elas sejam. Dois dias depois, no dia 17, a Lua entra na fase de Quarto crescente no signo Balança, o que nos ajuda a sermos gentis connosco próprios, a aceitarmos as nossas emoções e a perdoarmos aquilo que não fomos capazes de fazer de forma diferente. Vénus atravessa Leão durante boa parte do mês, o que acentua as paixões e intensifica as emoções que sentimos. Tudo se torna mais apaixonado, dramático, ardente - somos mais audazes nos nossos afetos e mais corajosos, correndo atrás daquilo que aquece o nosso coração. No dia 21 de Julho Vénus deixa Leão para entrar em Virgem, refreando os nossos impulsos e ímpetos. Vénus em Virgem deixa-nos mais prudentes, porque mais inseguros, mais analiticos, porque mais exigentes, e mais racionais, porque mais complexos. Controlamos mais o que sentimos, avaliando bem o que se passa dentro de nós e as consequências de uma atitude antes de avançarmos. Ainda assim, esta energia é equilibrada pelo facto de que logo no dia seguinte, a 22, o Sol entra em Leão, o que nos traz garra e energia para irmos atrás das nossas metas. Podemos não ceder às emoções nem ir atrás dos nossos sentimentos, mas isso não significa que deixemos de agir e de apostar nas nossas metas, transferindo, contudo, a nossa paixão mais para o domínio material do que propriamente para a esfera afetiva. No dia 23 de Julho o Sol em Leão opõe-se à Lua Cheia em Aquário, que pode ser um poderoso grito de Ipiranga. O Sol em Leão é determinado e aguerrido, a Lua em Aquário é independente e não tolera ser reprimida nem controlada. Esta Lua Cheia pode colocar em destaque questões relacionadas com o poder pessoal e com os limites da liberdade individual, especialmente dentro de um relacionamento ou numa relação de poder profissional, por exemplo. Mercúrio entra no signo Leão a 27 de Julho, o que nos deixa mais extrovertidos e expressivos. O final do mês é marcado pela forte energia do signo rei do Zodíaco, aquele que está ligado ao brilho, à conquista, aos êxitos decorrentes do esforço, da paixão e da garra. Depois de três semanas em que a energia dominante nos convida a recolhermo-nos para dentro de nós, a prestarmos atenção ao que sentimos e até a enfrentarmos o que possa estar escondido e calado há muito tempo, a última semana de julho torna-se mais intensa e apaixonada, com uma energia dominante que é mais expansiva e voltada para a comunicação, a partilha, a expressão de sentimentos, de ideias, e também para as ações conjuntas, para o convívio e o desenvolvimento de projetos de equipa. Júpiter, que está retrógrado, entra em Aquário no dia 28, o que vem ajudar-nos a ver as situações de uma perspetiva mais ampla e global, incentivando-nos a alargar os horizontes da nossa mente, a aprender mais, a estudar, a diversificar saberes. No dia 29, Marte deixa Leão para entrar em Virgem, refreando mais os nossos impulsos de conquista mas deixando-nos mais atentos a pormenores importantes, mais exigentes e auto-críticos. De um modo geral, a energia dominante de Julho convida à reflexão interior, entendida mais como a capacidade de ouvir o coração, de escutar as nossas emoções e reconhecer aquilo que elas têm para nos dizer do que propriamente como uma análise racional. O Universo convida-nos, através das próprias situações com as quais nos confronta, a olharmos para dentro de nós, a cuidarmos daquilo que temos esquecido, a curar as dores que precisam de ser curadas. Tal como quando estávamos dentro do ventre materno, este é um período de incubação, de preparação, de reconhecimento profundo interior para que, quando chegar o tempo de abrir asas, estejamos absolutamente confiantes das nossas capacidades e daquilo que queremos alcançar. Veja também:
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