Terapias
O que são Constelações Familiares, como se fazem e para que servem?As Constelações Familiares são uma abordagem terapêutica que ajuda a ter um maior conhecimento de si próprio e uma visão mais ampla do que pode estar a afetar a sua vida. Partem da ideia que alguns traumas e problemas que enfrentamos na nossa vida presente podem ter origem na vida de um antepassado nosso. Bert Hellinger foi um auto denominado psicoterapeta alemão que, nos anos 50 e 60, viveu como sacerdote em tribos zulus, na África do Sul, onde obteve conhecimentos que o levaram a criar as chamadas "Constelações Familiares", ou "Constelações sistémicas", uma abordagem terapêutica que se baseia na crença que certos padrões de comportamento, bloqueios e traumas que experimentamos na nossa vida presente perpassaram através das gerações na nossa família, tendo origem em antepassados nossos, mesmo que não os tenhamos conhecido. Bert Hellinger tinha já conhecimentos de psicanálise, e nas tribos zulus aprendeu mais sobre o misticismo espiritual, o que o fez desenvolver esta técnica que, embora não esteja cientificamente comprovada, tem obtido resultados muito favoráveis e conquistado adeptos em várias partes do Mundo. Esta terapia assenta na ideia de que aquilo que hoje perturba a sua vida, a sua relação com alguém específico, que pode ser um companheiro, a mãe, o pai, um irmão ou outra pessoa, pode ter origem em alguém que viveu muito antes de si. Esses traumas ou padrões de comportamento, bloqueios, medos, fobias, etc. são, assim, herdados de uma forma inconsciente e afetam a nossa vida presente porque, uma vez que não conhecemos a origem do problema, nem sempre conseguimos superá-lo. Se houve um acontecimento especialmente traumático na família, como um assassinato, um aborto, um roubo, emigração, ou outro, ele pode atravessar gerações e afetar de forma inconsciente a vida do paciente. As Constelações Familiares são usadas como terapia complementar, jamais substituem o acompanhamento médico que possa ser necessário, mas visam, essencialmente, ampliar a perspetiva do paciente, ajudando-o a encontrar respostas e a identificar dinâmicas disfuncionais que podem estar a afetar a sua vida presente.
Como se fazem? Podem ser feitas em grupo ou individualmente, sempre com a presença do constelador, o terapeuta que faz as ligações entre o paciente e as pessoas que servem como apoio. No caso de serem feitas individualmente, o constelador pode usar figuras ou objetos que designa especialmente para o efeito. Esta terapia é posta em prática de uma forma inspirada em rituais espirituais das tribos indígenas: o constelador pede ao paciente que "escolha", de entre as pessoas presentes, alguém que irá representar um membro da sua família. Essa pessoa, que é anónima e totalmente desconhecida para o paciente, "encarna" então essa personagem e transmite o que lhe vem à mente, como se estivesse na pele na mãe, do pai, do irmão ou de com quem quer que o paciente tenha escolhido "trabalhar" a sua relação. O paciente pode continuar a designar pessoas para representarem outros familiares, vivos ou mortos, e todos manifestam aquilo que sentem em relação uns aos outros, sendo de frisar uma vez mais que as pessoas que servem, neste caso, de intermediárias, são desconhecidas do paciente. No caso de a terapia ser individual, usando objetos ou bonecos, será o paciente a responder às perguntas do constelador, as quais visam, quer a terapia seja feita em grupo, quer individualmente, recriar cenas que tragam à tona as emoções profundamente guardadas dentro do paciente.
Esta terapia é intensa, mas feita de uma forma segura, não agindo de forma invasiva ou contra a vontade do paciente, e buscando a libertação emocional do mesmo. |