Terapias
Quando a ordem habitual da nossa vida é interrompida, como está neste momento a suceder, é fácil perdermos o norte e cedermos ao medo, à ansiedade, a comportamentos que nos fazem sentir cada vez mais impotentes e vulneráveis. Em situações de aflição, é ainda mais importante reconhecer que, mesmo que não nos possamos "tocar" fisicamente, mesmo que estejamos circunscritos ao espaço da nossa casa, mesmo que as nossas rotinas estejam a ser totalmente alteradas, continuamos a ter alguns dons preciosos ao nosso dispôr. Um deles é o poder da palavra.As palavras têm um grande poder. Aquilo que dizemos a nós próprios, no silêncio da nossa mente, é o alimento que rege os nossos pensamentos e, dessa forma, coordena a nossa vida. Por isso, é muito importante, especialmente em períodos de crise, ter atenção aos pensamentos que alimentamos. Ainda que seja muito importante mantermo-nos informados, siga apenas fontes fidedignas e NÃO alimente correntes de pensamento fatalistas ou sensacionalistas. Quando nos encontramos numa situação que não controlamos é mais fácil deixarmo-nos levar pelo medo. E o medo baixa de imediato a vibração da nossa energia, deixando-nos mais vulneráveis a tudo o que nos prejudica. Portanto, é muito importante saber "limpar" a sua mente, filtrando as palavras que estão constantemente a circular dentro dela. Repita para si próprio, várias vezes ao dia, palavras como "Vamos ficar todos bem.", "Vamos conseguir superar esta fase.", "Eu estou bem.", "A minha família está bem." Siga as diretrizes da Direção-Geral de saúde e mantenha os cuidados necessários para controlar a propagação e desenvolvimento da doença, mas crie dentro da sua mente um espaço limpo, onde a esperança e a confiança dominem a ansiedade. Pode, também, escrever frases que lhe transmitam segurança, porque a palavra escrita é ainda mais poderosa que a palavra dita. Ao ver escritas num papel frases como "Está tudo bem.", "Vamos ficar bem.", "Esta situação vai terminar brevemente.", está a dar a si próprio armas para se defender das dificuldades, pois está a fortalecer a sua confiança e, desse modo, consegue lidar melhor com os desafios e aguentar durante períodos mais prolongados a pressão e a incerteza. Confie que Deus, seja qual for a ideia que Dele tiver, olha por si e pelos seus. Entregue-Lhe as suas preocupações. Faça tudo aquilo que nos é pedido, tenha uma conduta que o proteja a si e que nos proteja a todos nós, mas lembre-se que a responsabilidade pelos seus pensamentos é sua. Adquira novas rotinas, que o ajudem a fazer um detox mental neste período conturbado que vivemos. Por exemplo, opte por ver apenas o noticiário duas vezes ao dia e, aparte esses momentos, ceda à tentação de ver notícias na televisão ou nas redes sociais. Não transmita notícias que não obteve através de fontes fidedignas (ou seja, da Direção-geral de saúde). Crie diariamente um "espaço mental sagrado". Desta vez não pode queixar-se de falta de tempo! Reserve pelo menos meia hora (sendo ideal uma hora) para estar sozinho, a sós com os seus pensamentos, e nesse tempo: - faça uma meditação que o ajude a descontrair; - pratique dança ou uma atividade física - saiba que a música ajuda a elevar a vibração da nossa energia; - faça jardinagem; - pinte; - borde; - faça algo que adorava fazer quando era criança.
Mais do que nunca, é fundamental reservar espaço mental para aquilo que nos traz alegria. A alegria funciona como uma espécie de "antibiótico", pois como faz com que a nossa energia se eleve isso ajuda-nos a estar mais fortes e, logo, mais preparados para enfrentar seja o que for.
É também muito importante reconhecer o poder da palavra como forma de contacto com os outros.Agora que não podemos juntar-nos num café, restaurante ou esplanada, há que redescobrir o dom da palavra dita ou escrita, e usá-lo para partilhar sentimentos, trocar ideias e renovar a esperança no coração dos outros. Ao fazê-lo, estamos a fortalecer também a nossa própria segurança. Nunca antes foi tão necessário demonstrar aos outros que estamos com eles, mesmo que fisicamente distantes. Fale diariamente com os seus, quer seja através do telefone, por videochamada ou, se não for mesmo possível ouvi-los de viva voz, escreva-lhes mensagem. Aumente o contacto que tem com os seus amigos e familiares. Esta é uma oportunidade para recuperar amizades antigas, que se foram perdendo com a correria do dia-a-dia, e que se ressentiram com a falta de tempo para estarmos juntos. Tenha especial atenção para com os que se encontram mais vulneráveis à doença, fale mais vezes ao telefone com os mais idosos, pois eles estão assustados, com os seus amigos, familiares e conhecidos que têm situações de saúde que os tornam mais frágeis. Lembre-se daqueles que vivem sozinhos e esteja mais presente no seu dia-a-dia. Ter alguém com quem conversar ajuda a desdramatizar os problemas, relativizando-se. Ofereça também as suas palavras, e o poder que elas têm, àqueles que continuam a ter de se expôr diariamente, a todos os profissionais cujos serviços exigem que todos os dias saiam de casa para assegurar a nossa subsistência e sobrevivência. Reze por eles, seja qual for a sua forma de rezar. Quando você envia sentimentos de gratidão, quando pede especial proteção para outra pessoa, essa energia é emitida para o universo e será devolvida sob a forma de ações. Quando todos nós enviamos pensamentos positivos dirigidos aos profissionais de saúde, às forças de segurança, aos funcionários das lojas de produtos essenciais e todos os outros, essa energia coletiva ajuda, sim, a combater o que nos amedronta. Por último, importa também referir que é muito importante partilhar o que sente. É normal que se sinta assustado e confuso. Se quiser conversar, desabafar, ter uma orientação ou um conselho, o Centro Maria Helena continua a disponibilizar apoio à distância. Basta ligar 210 929 030 ou enviar um e-mail para [email protected]. Estamos todos juntos, e vamos ficar todos bem. Veja também:
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